Pix poderá vir a ser usado sem internet em pedágios, estacionamentos, transporte público e transações internacionais

Informações fazem parte de relatório divulgado nesta segunda-feira pela autoridade monetária, que prevê ainda possibilidade de pagamentos a prazo ou parcelados

Por Cristiano Rodrigues 05/09/2023 - 19:17 hs

Pix poderá vir a ser usado sem internet em pedágios, estacionamentos, transporte público e transações internacionais
Ilustrativa

O "Relatório de Gestão do Pix — Concepção e primeiros anos de funcionamento 2020-2022", documento com as principais estatísticas do instrumento até o ano passado, divulgado nesta segunda-feira (4) pelo Banco Central (BC), prevê que a modalidade de pagamentos instantâneos desenvolvida pela instituição poderá ganhar novas funcionalidades no futuro. 

Entre elas, pagamentos de pedágios em rodovias, estacionamentos e transporte público — que poderão vir a ser feitos sem a necessidade de utilização da internet, algo que hoje ainda não é possível —, e operações internacionais, viabilizando remessas, pagamentos entre empresas e pagamentos de compras de bens e de serviços no Exterior. 

A autoridade monetária informou ainda que, a partir de 2024, o Pix poderá ser utilizado para débitos automáticos das chamadas obrigações recorrentes, como planos de saúde, taxas de condomínio e energia elétrica, por exemplo. 

O relatório divulgado nesta segunda (04) também aponta para a possibilidade de que o Pix seja utilizado para pagamentos a prazo ou parcelados. O BC informou que vem acompanhando a oferta, pelo setor financeiro, de soluções próprias para tornar essa função viável. "Há, por exemplo, soluções que vinculam uma concessão de crédito pessoal à transação PIX e soluções que permitem o pagamento de uma transação PIX na fatura do cartão de crédito", diz o documento. No mês passado, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, chegou a afirmar que o Pix poderá ser uma alternativa ao próprio cartão de crédito.

Movimentações

O documento ainda mostra estatísticas relacionadas à ferramentan implementada em 2020 no Brasil, como, por exemplo, que a maior transação já realizada pelo Pix teve o valor de R$ 1,2 bilhão, em dezembro de 2022. O valor médio das operações naquele mês, porém, foi de R$ 257. Considerando ainda esses números com mais de nove meses de defasagem, o BC afirma que o valor médio das operações de pessoas físicas desde o lançamento do Pix é de R$ 200.

Os dados publicados nesta segunda-feira se referem ao fim do ano passado, quando 133 milhões de pessoas físicas e 11,9 milhões em empresas usavam o instrumento.

Na comparação com dezembro de 2021, o valor transacionado na plataforma de pagamentos em tempo real saltou de R$ 718 bilhões para R$ 1,2 trilhão.